Na semana que antecedeu o carnaval, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) realizou uma ação de fortalecimento da destinação correta de alimentos de origem animal nos municípios de Brasileia e Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia. O trabalho se baseia no conceito de Saúde Única, que tem o fim de demonstrar a relação direta entre saúde humana, animal e ambiental.
Os fiscais do instituto de defesa visitaram supermercados, restaurantes, lanchonetes e feiras, com o fim de averiguar o cumprimento das normas preconizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) relacionadas à prevenção de doenças interesse da Defesa Agropecuária e a saúde pública.
O trabalho visa a conscientização de pessoas e empresas para que seja evitada a destinação de sobras de alimentos de origem animal para a alimentação de animais susceptíveis, (suínos, bovinos/bubalinos e pequenos ruminantes, o que pode facilitar o surgimento de doenças como a Febre Aftosa, Peste Suína Clássica (PSC) e a Doença da Vaca Louca (EEB).
Cuidados ambientais também são importantes, como a coleta e a destinação correta do lixo, o descarte adequado de embalagens plásticas e outras medidas necessárias para que os animais não tenham acesso aos lixões ou aterros sanitários localizados em todo o estado.
Desde 2016, o Acre é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de peste suína clássica. O reconhecimento internacional é resultado dos investimentos que o governo do Estado tem feito ao longo dos últimos anos e que a atual gestão tem buscado expandir.
Garantir a sanidade do rebanho Suídeo e ter o reconhecimento mundial dessa condição representa uma grande conquista para o Acre enquanto exportador da proteína animal que garante renda para cerca de 700 famílias que se dedicam à suinocultura na regional do Alto Acre.
De acordo com o coordenador de Educação e Saúde e de Comunicação Social do Idaf/Acre, Everton Arruda, o trabalho realizado nos municípios de Epitaciolândia e Brasileia faz parte de um conjunto de ações preventivas para a manutenção do status do Acre como zona livre de peste suína.
“Essa certificação nos permite acessar mercados internacionais, impulsionando assim a economia do Acre e melhorando a saúde pública por unir vários setores como saúde e meio ambiente, secretarias de agropecuária, ou seja, o Idaf inova trazendo para sua responsabilidade o que antes era só um termo e que hoje se transformou em ações conjuntas: a chamada Saúde Única”, explicou.
Vaca louca
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como doença da vaca louca, teve seus primeiros casos ocorridos na década de 80, na Europa. A doença é causada por uma proteína chamada príon, que pode ser transmitida aos ruminantes (principalmente bovinos) quando alimentados com ração contendo farinha de carne e ossos de animais com a doença.
O Brasil nunca registrou caso dessa doença, que é de grande risco à saúde pública. No entanto, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) orienta os criadores de ruminantes, que são os bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos quanto aos cuidados com a alimentação dos seus animais, informando da proibição do uso de proteínas e gorduras de origem animal na sua alimentação.
Febre aftosa
É uma doença viral, infecciosa aguda e de rápido contágio, que causa febre, aparecimento de vesículas (“bolhas”), que se transformam em aftas, acometendo principalmente as regiões da boca e patas das espécies bovina, ovina, caprina e suína (animais com casco fendido).
Saúde Única
O conceito de Saúde Única é sugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) com o fim de demonstrar a indissociabilidade da saúde humana, animal e ambiental.
Reportagem: Raimari Cardoso